segunda-feira, 10 de maio de 2010

Porque nasci prematura



No início de dezembro de 2009, minha mãe começou a sentir muitas dores de estômago, seguido de muito vômito. Devido a força que precisava fazer para vomitar, ela ficou com o rosto cheio de hematomas. Foi ao médico e foi internada para fazer uma endoscopia. Ao fazer uma ultrassom, me descobriu. Em 8 de dezembro de 2009, eu tinha apenas 6 semanas e já estava fazendo barulho. Minha mãe recebeu alta e uma pilha de exames para fazer. Ao procurar o obstetra e falar dos vômitos, foi informada que era comum na gravidez e que precisava apenas tomar muita água.

Os vômitos não cessaram. E em fevereiro de 2010 a pressão da minha mãe já estava mais alta. Então, começou com dieta sem sal, e mais água. Em março, a pressão ainda não baixou, e veio o inchaço. Foi então passado remédio de pressão, mais dieta e mais água. Os vômitos eram muito frequentes chegando a fazer ânsia durante todo o dia e até dormindo. Em abril o inchaço foi muito maior. A pressão subiu muito, chegando a 23 x 19 e veio então o encaminhamento ao cardiologista. Lá, o cardiologista falou que tinha que tratar a mãe como paciente, não o bebê, e passou então dose máxima de remédio de pressão e diurético. Foi quando minha mãe procurou outra médica.

Minha mãe foi então internada e eu com 26 semanas de gestação. A pressão da minha mãe não baixava,  mesmo com altas doses de medicamentos. Ao realizar exames, a médica detectou diabetes gestacional, lesão hepática, falência renal, baixa contagem de plaquetas. A pré-eclampsia havia evoluído para a Síndrome de Hellp.

Quando a médica falou que precisava fazer o parto, minha mãe não conseguia ouvir mais nada. Meu pai e meu avô eram os únicos que sabiam da gravidade da minha mãe, e preferiram não contar a ninguém para não deixá-la mais nervosa. Minha mãe tinha medo que eu morresse em sua barriga. E foi então que foi feita a cesária, às 10h52 do dia 2 de maio de 2010.

A pré-eclampsia e síndrome de hellp ainda não possuem causas declaradas. Não se sabe porque minha mãe teve essas complicações. Minha mãe não toma bebida alcóolica nenhuma, nunca fumou, não usa nenhum medicamento, mas adora uns docinhos e uns salgadinhos, coisa que durante a gravidez foi abolida do seu cardápio. Mas isso ainda não explica a síndrome. E por isso o sentimento de culpa ainda mora no coração da minha mãe.

Eu fui levada para a UTI e minha mãe ainda permaneceu em observação, correndo o risco de ir pra UTI também. Mas não foi preciso e 3 dias após o meu nascimento os exames demonstravam que o organismo da minha mãe já tinha reagido. Apenas a pressão arterial continuava alta, só baixando um mês depois.

Hoje minha mãe não tem nenhuma sequela da gravidez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário